Artigo publicado em www.Karatetuga.net

Treinar vs Estudar/Trabalhar".

São muitos aqueles, não fosse isto uma modalidade amadora, que têm de ponderar entre competir e ficar a estudar ou a trabalhar.

Quando nos iniciamos na modalidade, ela não passa de um hobby, de uma forma de os pais ocuparem os filhos e dos filhos libertarem a energia a mais. À medida que vamos crescendo a modalidade começa a ocupar mais do nosso tempo e os pais começam a queixarem-se das notas. Até que, chegamos a uma altura em que se tiramos más notas tiram-nos do Karate como castigo, se tirarmos boas notas temos de as manter senão a culpa é do mesmo.

Um pequeno aparte, acho piada que os pais tirem os filhos do Karate por causa das más notas mas mantêm a televisão, a playstation ou o computador. O Karate é algo que contribuí para o desenvolvimento físico e intelectual da criança, por isso parece-me um contra-senso tirar à criança uma actividade que a pode ajudar no seu crescimento.

Mas voltando ao assunto, passado algum tempo e, com a entrada na competição, aquela modalidade que começou como hobby, passa a ocupar grande parte do nosso tempo. A escola, os amigos, a família e a namorada, começam a reclamar tempo e tudo gira à volta do Karate.

É por isso que, em determinada idade, muitos são os desistentes. Não é fácil conciliar o tempo que é necessário dispender, se se quiser chegar ao topo no Karate, com as demais actividades do nosso dia-a-dia. Chegamos então à altura em que o Karate deixa, sem dúvida, de ser um Hobby, relegando as outras “coisas” para esse título.

No que concerne ao trabalho aí a escolha será mais fácil. Por mais vontade e determinação que tenhamos, o nosso ganha-pão não é o Karate por isso há que fazer a opção pelo primeiro, deixando assim o Karate para segundo plano. Depois das duas uma, ou conseguimos manter o mesmo nível exibicional e sentimo-nos realizados, ou então deixamos de ter tempo para treinar e começamos a ir para as competições por ir. Nessa altura só temos uma saída, o abandono.

Convém esclarecer que, quando falamos em abandono, referimo-nos à competição porque o Karate Tradicional, como arte Marcial em si, pode ser feito toda a vida e nunca deixa de ser um hobby, sendo sempre possível arranjar tempo. Porém a questão que se coloca é, depois de vários anos a competir e a sentir aquela adrenalina, conseguiremos apenas ir treinar por treinar?! Apenas para desenvolver o nosso lado espiritual e sermos melhores Karatecas?! Fica a questão.

Abraço

Chuck

Direção Técnica

César Martins

Licenciado em Educação Física e Desporto, 2006
Especialização em Cinesioterapia, 2006
Personal Trainer, 2007
Treinador nível II, FNKP
4 Dan Shito-Ryu

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Ângela Martins|Arq.